"Se a curiosidade aqui te conduziu, Bendita curiosidade que te fará um Mensageiro da Paz!"

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Deus deu como meta a perfeição, mas estabeleceu como prazo a eternidade e, como companheira dessa caminhada, a paciência, pois ele sabe que estamos muito distantes do ideal e ainda não atingimos a angelitude. Deus o quer como humano, não como anjo. É preciso humanizar-se, para então aperfeiçoar-se.”

- Preto Velho Pai João de Aruanda.



  
Para entendermos melhor esta linha de trabalho tão importante dentro da Umbanda, vamos rever um pouco da história de como os negros chegaram à terras brasileiras: 

As grandes metrópoles do período colonial: Portugal, Espanha, Inglaterra, França, etc; subjugaram nações africanas, fazendo dos negros mercadorias, objetos sem direitos ou alma.
Os negros africanos foram levados a diversas colônias espalhadas principalmente nas Américas e em plantações no Sul de Portugal e em serviços de casa na Inglaterra e França. No Brasil os escravos negros chegavam por Recife e Salvador, nos séculos XVI e XVII, e no Rio de Janeiro, no século XVIII.

Os primeiros grupos que vieram para essas regiões foram os bantos; cabindos; sudaneses; iorubás; geges; hauçá; minas e malês.

Arrancados de sua terra de origem, uma vida amarga e penosa esperava esses homens e mulheres na colônia: trabalho de sol a sol nas grandes fazendas de açúcar. Tanto esforço, que um africano aqui chegado durava, em média, de sete a dez anos.
Em troca de seu trabalho os negros recebiam três "pês": Pau, Pano e Pão.

Em seus cultos, os escravos resistiam simbolicamente à dominação. A "macumba" era, e ainda é um ritual de liberdade, protesto, e reação à opressão. As rezas, batucadas, danças e cantos eram maneiras de aliviar a asfixia da escravidão.

A resistência também acontecia na fuga das fazendas e na formação dos quilombos, onde os negros tentaram reconstituir sua vida africana. Logo ganharam alforria pelos seus senhores ou pelas leis do Sexagenário, do Ventre livre e, enfim, pela Lei Áurea.


A Legião de espíritos chamados "Preto Velhos" foi formada no Brasil, devido a esse torpe comércio do tráfico de escravos arrebanhados da África.

Estes negros aos poucos conseguiram envelhecer e constituir, mesmo de maneira precária, uma união representativa da língua, culto aos Orixás e aos antepassados e tornaram-se um elemento de referência para os mais novos, refletindo os velhos costumes da Mãe África.

E foi esta minoria o compêndio no qual os incipientes puderam ler e aprender a ciência e sabedoria milenar de seus ancestrais, tais como o conhecimento e emprego de ervas, plantas, raízes, enfim, tudo aquilo que nos dá graciosamente a mãe natureza.
E eles voltaram. A sua missão não estava ainda cumprida, precisavam evoluir gradualmente no plano espiritual. Muitos ainda, usando seu linguajar característico, praticando os sagrados rituais do culto, manifestaram-se em indivíduos previamente selecionados de acordo com a sua ascendência (linhagem), costumes, tradições e cultura.

Os Pretos Velhos na Umbanda, são espíritos extremamente evoluídos, que se apresentam em um corpo fluídico de velhos africanos que viveram nessas senzalas. E com essa forma humilde evitam intimidar as pessoas que os procuram a fim de resolver problemas diversos. Com este subterfúgio, conseguem maior proximidade com o consulente e ensinam como as pessoas podem aprender com os próprios erros e como fazer para avançar na escala espiritual.

Eles representam a humildade, força de vontade, a resignação, a sabedoria, o amor e a caridade. São um ponto de referência a todos que necessitam: curam, ensinam, educam pessoas e espíritos sem luz. Não tem raiva ou ódio pelas humilhações, atrocidades e tortura a que foram submetidos no passado.

Não se pode dizer que em sua totalidade esses espíritos são diretamente os mesmos "Pretos Velhos" da escravidão, pois, no processo cíclico da reencarnação, passaram por muitas vidas anteriores, foram: negros escravos, filósofos, médicos, ricos, pobres, entre outros.
Mas para ajudar aqueles que necessitam, escolheram ou foram escolhidos para voltar a terra em forma incorporativa de "Preto Velho", assumindo essa forma com o objetivo de manter uma perfeita comunicação com aqueles que os procuram em busca de ajuda.

São os verdadeiros doutrinadores dentro da Umbanda, são mestres da sabedoria e humildade.

Através de suas várias experiências, em inúmeras vidas, entenderam que somente o amor constrói e une a todos, que a matéria nos permite existir e vivenciar fatos e sensações, mas que a mesma não existe por si só, nós é que a criamos para estas experiências, e que a realidade é o espírito.

Com seus cachimbos e sua fala pausada, tranquilidade nos gestos, eles escutam e ajudam aqueles que necessitam independente de sua cor, idade, sexo ou religião. São extremamente pacientes com seus filhos e como poucos, sabem incutir-lhes os conceitos de "Karma" e ensinar-lhes resignação, mostrando que o amor a Deus, o respeito ao próximo e a si mesmo, o amor próprio, a força de vontade e encarar o ciclo da reencarnação, podem aliviar os sofrimentos do Karma e elevar o espírito para a Luz Divina, fazendo com que as pessoas entendam seus problemas e suas soluções dentro da Lei de Causa e Efeito.

Eles aliviam o fardo espiritual de cada pessoa fazendo com que ela se fortaleça espiritualmente. Quando a pessoa se fortalece e cresce, consegue carregar mais comodamente o peso de seus sofrimentos, ao passo que se ela se entrega ao sofrimento e ao desespero enfraquece e sucumbe por terra pelo peso que carrega. Então cada um pode fazer com que seu sofrimento diminua ou aumente de acordo como encare seu destino e os acontecimentos de sua vida.

Por isso quando falar com um Preto Velho, tenha humildade saiba escutar, não queira milagres ou que ele resolva seus problemas, como em um passe de mágica, entenda que qualquer solução tem o princípio dentro de você, tenha fé, acredite, tenha amor a Deus e a você mesmo.

Para muitos os Pretos Velhos são conselheiros, mostrando a vida e seus caminhos, para outros são psicólogos, amigos, confidentes e mentores espirituais. São também "mandingueiros" poderosos, com seu olhar perscrutador, sentado em seu banquinho fumando seu cachimbo, benzendo com seu ramo de arruda, rezando com seu terço e aspergindo sua água, demandam contra o baixo astral e suas baforadas são para a limpeza e harmonização das vibrações de seus médiuns e consulentes.

Conhecedores profundos da Magia Divina e manipulação das ervas, combatem as forças negativas, espíritos obssessores, kiumbas e auxiliados pelos Exus desfazem trabalhos.

🔸 Falanges:
(As falanges de Pretos Velhos se formaram de acordo com a região de onde vieram) - Congo, Aruanda, D’Angola, Guiné, Moçambique, Keto, entre outros

🔸 Nomes:
Cipriano, João, Congo, José D'Angola, Francisco, Joaquim, Serafim, Benedito, Maria Conga, Chica,  Cambinda, Maria Redonda, Catarina, Rita, Maria de Minas, Rosa da Bahia, Maria do Rosário, Benedita...

O termo "Velho", "Vovô" e "Vovó" é para sinalizar sua experiência, pois quando pensamos em alguém mais velho, como um vovô ou uma vovó subentendemos que essa pessoa já tenha vivido mais tempo, adquirindo assim sabedoria, paciência, compreensão.

É devido a esse fator que carinhosamente dizemos que são os "Psicólogos da Umbanda".

🔸 Linha e Irradiação: Todos os pretos velhos se organizam na Umbanda em linha formada por eles mesmos; a linha de Preto-Velho, mas cada um vem na irradiação de um Orixá diferente.

🔸 Fios de Contas (Guias): Muitos dos Pretos-Velhos gostam de Guias com Contas de Rosário de Nossa Senhora, alguns misturam favas e colocam cruzes ou figas feitas de guiné ou arruda.

🔸 Roupas: Preta e branca; carijó (xadrez).
As vovós usam lenços na cabeça e/ou turbantes; e os vovôs às vezes usam chapéu de palha. Eles costumam usar bengalas ou cajados.

🔸 Bebida: Café preto e amargo, vinho tinto, água de coco, cachaça com mel (às vezes misturam ervas, sal, alho e outros elementos na bebida).
🔸 Fumo: Cachimbos ou cigarros de palha.  

🔸 Ervas: Arruda e Guiné

🔸 Flores: Margarida, Lírio Branco, Crisântemo Branco, Rosa Branca

🔸 Dia da semana: Segunda-feira (dia das Almas)

🔸 Saudação: “Adorei as Almas”

🔸 Leitura indicada para saber mais sobre o assunto:
"O Preto Velho Mago" - obra ditada por Pai Cipriano do Cruzeiro das Almas, de André Costa

PONTO CANTADO: "Ai Vovó eu tenho medo" de Pontos de Umbanda



 



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2 Comentários de irmãos

  1. Meus amados pretos velhos, como me trás paz ler sobre eles. Sou eternamente grata por todo amor e consolo.

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  2. Entidades que sao puro carinho e amor. Que benção que Deus permita nos ajudarem. Salve vovô e vovó.

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