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Suas vestes de palha, esconde o segredo da vida e da morte. Obaluaê e Omolu estão relacionado à terra quente e seca, como o calor do fogo e do sol – calor que lembra a febre das doenças. Orixá da renovação dos espíritos,  senhor dos mortos e regente dos cemitérios; considerado campo santo entre o mundo material e o mundo espiritual

Falar em Obaluaê ou Omulu é falar no mesmo Orixá:
Obaluaê - Em Yorubá Ọbalúwaìye, flexão dos termos: Ọba (rei) – Olúwa (senhor) – Ayé (terra), ou seja; “Rei, senhor da Terra”.
Omulu - Em Yorubá Ọmọlú também flexão dos termos: Ọmọ (filho) – Olúwa (senhor), que quer dizer “Filho do Senhor”.


PONTO CANTADO:"Silêncio, Atôtô" por Pontos de Umbanda

  
OBALUAÊ E OMOLU:

Ọbaluaê, o mais moço, é o guerreiro, caçador, lutador. Ọmọlu o mais velho, é o sábio, o feiticeiro, guardião. Porém, ambos têm a mesma regência e influência. No cotidiano significam a mesma coisa, têm a mesma ligação e são considerados a mesa força da natureza.
Na Umbanda, o culto é feito a Ọbaluaê, que se desdobra com o nome de Ọmọlu (os nomes se referem as fases míticas, onde o mesmo deus seria mais jovem ou mais velho).
Ambos os nomes surgem quando nos referimos à esta figura, seja Ọmolu seja Ọbaluaê. Para a maior parte dos devotos do Candomblé e da Umbanda, os nomes são praticamente intercambiáveis, referentes a um mesmo arquétipo e, correspondentemente, uma mesma divindade. Já para alguns babalorixás, porém, há de se manter certa distância entre os dois termos, uma vez que representam tipos diferentes do mesmo Orixá.

O USO DA PIPOCA:

Os devotos de Obaluaê/Omolu lhe atribuem curas, realizando oferendas de pipocas (Flores de Obaluaê), em sua homenagem ou jogando-as sobre o doente como descarrego.
Doburu é a comida ritual mais apreciada pelos Orixás Obaluaê Omolú. É o milho de pipoca estourado em uma panela, em alguns lugares com óleo, em outros com areia. Nesse último caso, é preciso peneirar a areia dessa pipoca depois de pronta. Ao final, a pipoca é colocada em um alguidar (vasilha de barro) e enfeitada com pedacinhos de côco


Obaluaê representa a terra e o sol, aliás, ele é o próprio sol, por isso usa uma coroa de palha - azê - que tampa seu rosto, porque sem ela as pessoas não poderiam olhar para ele - Ninguém pode olhar o sol diretamente. Sua matéria de origem é a terra e, como tal, ele é o resultado de um processo anterior. Relaciona-se também com os espíritos contidos na terra.

Obaluaê está no organismo, no funcionamento do organismo. Na dor que sentimos pelo mal funcionamento dos órgãos, ou por uma queda, corte ou queimadura.

Obaluaê rege a saúde, os órgãos e o funcionamento destes. A ele devemos nossa saúde e é comum, nos Terreiros de Umbanda, se realizar os Eboris de Saúde, que fazem pra trazer saúde para o corpo doente.

Tem a regência dos cemitérios, pois ele é o Orixá que vem como emissário de Oxalá, para buscar o espírito desencarnado. É Obaluaê/Omulu que vai mostrar o caminho, servir de guia para aquela alma.
Obaluaê também é o Senhor da Terra e das camadas de seu interior, para onde vamos todos nós. Daí a ligação que tem com os mortos, pois ele é quem vai cuidar do corpo sem vida, e guiar o espírito que deixou aquele corpo. É por isso que Obaluaê e Omulu gostam de coisas passadas, apodrecidas.

O sol também tem a sua regência. Ele também é o Calor provocado pelo sol quente.
Obaluaê está presente em nosso dia-a-dia, quando sentimos dores, agonia, aflição, ansiedade. Está presente quando sentimos coceira e comichões na pele.
Está presente nos hospitais, casa de saúde, ambulatórios, postos de saúde, clínicas, sempre próximo aos leitos. Rege os mutilados, aleijados, enfermos. Ele proporciona a doença mas, principalmente, a cura, a saúde. É o Orixá da misericórdia.


Obaluaê está presente em todas as enfermidades e sua invocação, nessas horas, pode significar a cura, a recuperação da saúde.

SINCRETISMO RELIGIOSO: São Lázaro e São Roque

É sincretizado como São Roque na forma de Obaluaiê, o jovem. Na forma mais velha de Omulú, é sincretizado como São Lázaro.
Diz a lenda que Roque teria nascido com um sinal em forma de cruz avermelhada na pele do peito, o que o predestinaria à santidade.
Foi contagiado pela peste, e para não contagiar alguém, isolou-se na floresta próxima a sua cidade, onde, diz a lenda, teria morrido de fome se um cão não lhe trouxesse diariamente um pão e se da terra não tivesse nascido uma fonte de água com a qual matava a sede.
Miraculosamente curado, regressou a Montpellier, mas logo foi preso e levado diante do governador, que alguns biógrafos afirmam seria um seu tio materno, que declarou não o conhecer. Roque foi considerado um espião e passou alguns anos numa prisão, até morrer, abandonado e esquecido por todos, só sendo reconhecido depois de morto, pela cruz que tinha marcada no peito.

Lázaro foi um personagem especial na Bíblia, pois é a única pessoa por quem Jesus chora no Novo Testamento. Lázaro foi ressuscitado por Jesus após a sua morte, a pedido de Marta, sua irmã, que foi inabalável na fé. Lázaro já estava cheirando mal. Já fazia quatro dias que estava sepultado, quando Jesus chegou para chamar-lhe à vida novamente.
Foi um dos maiores milagres de Jesus. Trata-se do último grande “sinal” realizado por Jesus, depois do qual os sumos sacerdotes reuniram o Sinédrio e decidiram matá-lo; e decidiram matar também o próprio Lázaro, que era a prova viva da divindade de Cristo, Senhor da vida e vencedor da morte.

CARACTERÍSTICAS DE SEUS FILHOS:

Uma das características mais marcantes dos filhos de Obaluaê/Omolu é que eles parecem ter mais idade do que realmente têm por conta da entidade ser mais velha e agem como se tivessem uma idade bastante avançada.

Seus filhos são doces, mas reclamões, rabugentos. Quando querem, fazem e ajudam a todos sem exceção. Quem carrega esse Orixá sofre com muitos problemas de saúde que se arrastam por anos, geralmente desde criança ou desde o nascimento. São fiéis, dedicados e amigos de verdade.  Podem ter premonições e seus filhos tem um pensamento de pessoas maduras, o que os ajuda a não agirem como crianças, ou serem irresponsáveis. Gostam da ordem e disciplina.

HISTÓRIA DE OBALUAÊ/OMOLU:

Filho de Nanã, e criado por Iemanjá como dito nesse Artigo sobre Nanã.

"Obaluaê, filho de Oxalá e Nanã, nasceu com chagas, uma doença de pele que fedia e causava medo aos outros, sua mãe Nanã morria de medo da varíola, que já havia matado muita gente no mundo. Por esse motivo Nanã, o abandonou na beira do mar.
Ao sair em seu passeio pelas areias que cercavam o seu reino, Yemanjá encontrou um cesto contendo uma criança. Reconhecendo-a como sendo filho de Nanã, pegou-a em seus braços e a criou como seu filho em seus seios lacrimosos.
O tempo foi passando e a criança cresceu, se tornando um grande guerreiro, feiticeiro e caçador. Se cobria com palha da costa, escondendo as Chagas com as quais nasceu. Um dia Yemanjá chamou Nanã e apresentou-lhe seu filho, dizendo:  Obaluaê, meu filho receba Nanã sua mãe de sangue. Nanã, este é Obaluaê nosso filho. E assim Nanã foi perdoada por Obaluaê e este passou a conviver com suas duas mães.

Doente e com o corpo coberto de feridas, Obaluaê retorna para aldeia onde nasceu e encontra todos os Orixás em festa, mas envergonhado de seu aspecto não entra na festa e fica escondido observando eles. Ogum percebe que Obaluaê não veio dançar e compreende a razão, resolve ir para o mato fazer um capuz de palha da costa para cobri-lo da cabeça aos pés.
Feito isto, Obaluaê entra na festa, mas mesmo assim não dançava com os Orixás. Foi quando Iansã se aproxima e com seu vento sopra sua roupa de palha e suas feridas pulam para o alto e se transformam numa chuva de pipoca e todos vêem Obaluaê como um rapaz bonito, sadio e brilhante como Sol."

Linha e Irradiação: Linha Yorimá 

Fio de Contas (Guias): Preta e branca leitosa 

Cor: Preto, branco e vermelho 

Bebida: Água mineral, Vinho tinto 

Comidas: Deburú (pipoca), Abadô (amendoim pilado e torrado), Iatipá (folha de mostarda) e Ibêrem (bolo de milho envolvido na folha de bananeira) 

Ervas: Canela de Velho, Erva de Bicho, Erva de Passarinho, Barba de Velho, Barba de Milho, Cinco Chagas, Hera, Fortuna... 

Flores: Monsenhor branco 

Pontos da Natureza: Terra, Cemitério  

Pedras: Ônix, Olho de Gato 

Dia da Semana: Segunda-Feira 

Saudação: Atôtô (que significa silêncio!)


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